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| Impactos da composição química dos cigarros eletrônicos no meio ambiente e na saúde Impacts of the chemical composition of electronic cigarettes on the environment and health |
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Carlos L. R. FragosoI I. Departamento de Química, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), 22451-900 Rio de Janeiro - RJ, Brasil Recebido: 11/04/2025 *e-mail: agioda@puc-rio.br Electronic smoking devices (ESDs), also known as electronic cigarettes, are devices used for nicotine consumption without the need to burn tobacco leaves. These devices heat a chemical mixture of propylene glycol (PG) and vegetal glycerin (VG), containing varying concentrations of nicotine and other additives, known as e-liquid. When heated, this mixture forms an aerosol that is inhaled, delivering nicotine to the lungs and subsequently into the bloodstream. The chemical composition of these e-liquids varies according to their origin, brand, or consumer preference (including homemade production). In Brazil, the commercialization of electronic cigarettes has been banned since 2009, with the restriction reaffirmed by Anvisa Resolution No. 855/2024. Consequently, the composition of products available to Brazilian consumers is often unknown, raising concerns among health authorities. This review examines the reported health, societal, and environmental impacts of electronic cigarette use, as well as the environmental challenges associated with the disposal of these materials. Contrary to the belief that they reduce harm or serve as aids for smoking cessation, the review highlights that e-cigarettes are associated with considerable health risks, contribute to substantial electronic waste and environmental pollution, and impose significant socioeconomic burdens, particularly by targeting young populations by promoting nicotine dependence. INTRODUÇÃO O consumo de produtos derivados do tabaco, como o cigarro, é comprovadamente prejudicial à saúde.1-10 Pesquisas realizadas nas últimas décadas a respeito desses danos ajudaram o Brasil a se tornar referência nos índices de redução no consumo desses produtos.11-14 Este efeito pode estar associado a inúmeras campanhas de conscientização e leis e regulamentos para o consumo do produto, entre outros motivos. Além disso, muitos fumantes manifestam o desejo de parar de fumar.11,15-18 O interesse crescente no abandono do tabaco motivou a criação de métodos complementares na terapia antitabagista, como adesivos, gomas de mascar ou mesmo aparelhos que simulam o ato de fumar.19-22 Com o intuito de administrar nicotina, sem a necessidade da queima do tabaco e simulando o processo de fumar, os cigarros eletrônicos foram considerados como possíveis auxiliares no processo de abandono do tabaco.23-26 Os cigarros eletrônicos (e-cigarros, do inglês e-cigarette, vape ou mesmo e-cig, como será referido no texto) são produtos promovidos como uma opção mais segura para substituir produtos de tabaco convencionais e em alguns casos como auxiliar da cessação do tabagismo. No entanto existem pesquisas que apontam os efeitos de seus componentes, e-líquido e aerossol, apontando seus impactos à saúde humana.1,23,24,26-30 Consequentemente, devido à grande diferença na composição, teor de nicotina e modelos de aparelhos, torna-se difícil definir parâmetros de exposição e elucidar os mecanismos de impacto destes produtos na saúde humana.12,31-35 Pesquisas sobre o conteúdo de e-líquidos destacaram o aumento da probabilidade de câncer na região da orofaringe, uma vez que se trata de uma região de alta taxa de multiplicação celular, sendo o primeiro lugar a ter contato com o vapor e sendo sujeito à deposição de substâncias muitas vezes pejudiciais, entre elas a nicotina.3,36-40 A nicotina é uma substância responsável pela dependência química e aumento da pressão arterial, alteração dos níveis de epinefrina e desenvolvimento de doenças cardíacas.14,36,37,41-43 Além da preocupação com o sistema pulmonar, os sistemas cardiovascular e nervoso podem ser mais facilmente danificados em jovens.44-47 O cérebro não está totalmente formado até por volta dos 25 anos, portanto o uso desses dispositivos pode interferir na memória, no aprendizado e na capacidade de atenção.46,48-52 A contaminação por metais e metaloides foi reportada em trabalhos nos quais foram detectados elementos como Pb, Ni, Zn, Cu, As, Sn entre outros.53-56 Os níveis dessas substâncias podem variar dependendo da marca e dos componentes do dispositivo.57 Possivelmente a origem de alguns desses metais não seja diretamente pelo e-líquido, mas sim pela corrosão e desgaste das ligas metálicas da estrutura provocados pelas emissões geradas, o que também varia de acordo com o tempo de uso e contato do líquido com a estrutura.53,56 Nos dispositivos descartáveis, as substâncias tendem a ser mais variadas e em níveis mais elevados.58-60 O estudo também destaca que alguns desses metais são considerados tóxicos independentemente das concentrações.31,61 No Brasil a venda de Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF) assim como a importação e publicidade é oficialmente proibida desde 2009 e renovada em 2024 através da Resolução Anvisa No. 855/2024.62 No entanto, o consumo ilegal ainda ocorre, expondo essas pessoas a potenciais riscos ainda desconhecidos.16,63,64 Os cigarros eletrônicos contribuem para o agravamento de danos ambientais e socioeconômicos consideráveis.35,65-69 O descarte inadequado de suas baterias de lítio e cartuchos plásticos contribui para a poluição, principalmente em áreas urbanas.65,70 Além disso, as substâncias químicas liberadas podem contaminar o solo e a água.65,71 No aspecto socioeconômico, o uso crescente entre jovens resulta em custos de saúde pública relacionados ao tratamento de dependência e doenças respiratórias.72-76 O objetivo deste artigo é analisar criticamente os impactos do uso de cigarros eletrônicos na saúde humana, no meio ambiente e nas dimensões socioeconômicas. Para tanto, serão abordadas as características dos dispositivos e a composição do e-líquido; os impactos ambientais, incluindo exposições à fumaça e o descarte de lixo eletrônico; os impactos socioeconômicos, como a dependência de nicotina na juventude, a terapia antitabagista e os investimentos em saúde pública; e os impactos na saúde, com a discussão dos problemas mais relatados e a descrição da fisiologia dos sintomas.
METODOLOGIA A abordagem deste artigo consistiu em busca na literatura usando uma ampla gama de termos de busca direcionados relacionados ao impacto ambiental, socioeconômico e à saúde do uso, venda e descarte de cigarros eletrônicos. Essa tipologia do artigo permite consolidar diversas perspectivas, identificar tendências, discutir lacunas existentes e fornecer uma visão abrangente sobre um fenômeno em constante evolução, o que seria inviável com abordagens restritas a metanálises ou revisões sistemáticas estritas. A análise permitiu integrar dados de diferentes naturezas (saúde, ambiental e socioeconômicos), culminando em 200 trabalhos que foram minuciosamente examinados. Estudos revisados por pares, relatórios governamentais e artigos de acesso aberto consistem na literatura citada. A busca foi realizada por meio de quatro mecanismos de busca para artigos científicos: Science Direct (Elsevier), Web of Science (Clarivate), Google Acadêmico e Pubmed, e para literatura cinza foi utilizada a máquina de busca Google abrangendo publicações até março de 2025, avaliando os trabalhos citados resultantes de artigos-chave. A busca das publicações foi realizada entre agosto de 2020 e março de 2025. Os termos de busca utilizados foram: "electronic cigarette", "vape", "health", "environment". Esses termos foram combinados utilizando operadores booleanos (AND/OR), a fim de capturar estudos que investigassem tanto os efeitos dos cigarros eletrônicos na saúde humana quanto os impactos ambientais. Por exemplo, a combinação de busca utilizada foi: ("electronic cigarette" OR "vape") AND ("health" OR "environment"). Adicionalmente, filtros foram aplicados para incluir apenas artigos revisados por pares, publicados em inglês ou português. Os critérios de inclusão foram definidos para garantir a relevância dos estudos selecionados. Foram incluídos: (i) Estudos originais e revisões que tratavam dos efeitos dos cigarros eletrônicos ou vapes sobre a saúde humana (exposição, toxicidade, doenças respiratórias, cardiovasculares etc.). (ii) Artigos que analisavam o impacto ambiental dos resíduos de vapes, descartes inadequados de baterias e outros componentes eletrônicos. (iii) Estudos publicados entre 2000 e 2024. (iv) Relatórios governamentais sobre o tema. Os critérios de exclusão foram: (i) Artigos que tratavam exclusivamente de outros produtos de tabaco, como cigarros tradicionais, charutos ou tabaco aquecido, sem relação com cigarros eletrônicos. (ii) Estudos que não apresentavam evidências empíricas ou não focavam nos aspectos de saúde ou ambientais. (iii) Comentários, cartas ao editor, ou resumos de conferências. (iv) Preprints. Os estudos potencialmente relevantes tiveram seus textos completos avaliados detalhadamente para garantir que atendiam aos critérios estabelecidos.30 A análise dos dados foi realizada por meio da leitura exaustiva dos trabalhos incluídos, com a extração e organização de informações pertinentes às categorias de impacto predefinidas (saúde humana, meio ambiente e aspectos socioeconômicos). Esse processo envolveu a identificação de achados-chave, metodologias empregadas, e as principais conclusões de cada estudo, permitindo uma síntese qualitativa dos resultados para construir as categorias e subcategorias apresentadas neste trabalho.
RESULTADOS Cigarros eletrônicos Fumo e exposição Com o objetivo de ampliar a definição e a classificação dos diferentes tipos de exposição aos cigarros eletrônicos, será utilizada uma abordagem adaptada de estudos internacionais originalmente desenvolvida para categorizar o fumo de cigarros convencionais. Serão tratados como exposição primária (firsthand smoke, FHS), exposição secundária (secondhand smoke, SHS) e exposição terciária (thirdhand smoke, THS) os diferentes níveis de exposição citados no trabalho que expandem o conceito de fumo passivo e fumo ativo.8,70,77-83 É definida como exposição primária (firsthand smoke) a exposição direta ao fumo ativo e o contato direto com os produtos tóxicos de um cigarro ou outro DEF. Já a exposição secundária (secondhand smoke), também conhecida como fumo passivo, ocorre pela exposição involuntária pela exalação de fumaça por fumantes ativos ou, no caso do cigarro convencional, pela região em brasa. A exposição terciária (thirdhand smoke) possui um caráter mais ambiental, ocorre pela liberação gradual de resíduos tóxicos do cigarro convencional ou DEF, que permanecem depositados em superfícies, ou como componentes do material particulado (MP) de ambientes fechados.65,70,78,82,84,85 A exposição terciária ocorre por um espaço de tempo prolongado e após as exposições primária e secundária (liberação gradual e continuada). Outro caráter importante é a caracterização dos resíduos, seja pelo fumo de cigarros convencionais ou pelo uso de DEF, como uma categoria expandida da exposição terciária ou pertencente a uma nova categoria (exposição quaternária), dado seu caráter ambiental externo. Funcionamento Os cigarros eletrônicos são dispositivos que simulam o ato de fumar tabaco e são descritos pela Anvisa como Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF e do inglês Electronic Smoking Devices, ESD) e Sistemas Eletrônicos de Administração de Nicotina (SEAN, do inglês, Electronic Nicotine Delivery Systems, ENDS), englobando de maneira geral, todos os modelos e características de operação dos aparelhos. Um modelo simplificado é mostrado na Figura 1.
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Quando e onde o cigarro eletrônico foi criado ainda está em debate, mas o desenvolvimento de dispositivos de geração de aerossóis de nicotina é realizado desde muito antes de seu sucesso para uso recreativo.23,91,92 O conceito de um dispositivo para inalar substâncias sem combustão surgiu no início do século XX, com Joseph Robinson93 patenteando o primeiro design conhecido em 1930, embora nunca tenha sido fabricado.93,94 Posteriormente, em 1963 (com concessão em 1965), Herbert A. Gilbert95 patenteou um "cigarro sem fumaça e sem tabaco" que produzia vapor, mas também não obteve sucesso comercial.95,96 Nos anos 70 e 80, Phil Ray e o Dr. Norman Jacobson conduziram pesquisas e criaram uma versão comercial que evaporava nicotina, sendo reconhecidos por cunhar o termo "vaping".94 O ponto de virada para o cigarro eletrônico moderno ocorreu em 2003, na China, quando o farmacêutico Hon Lik desenvolveu o primeiro dispositivo comercialmente bem-sucedido, utilizando um sistema de aquecimento elétrico para vaporizar e-líquidos contendo nicotina, sem a combustão do tabaco.95,97 Sua invenção foi comercializada na China em 2004 e começou a se expandir globalmente em 2006, levando à evolução dos dispositivos com diferentes designs, voltagens e métodos de entrega de nicotina, com e-líquidos tipicamente compostos por propilenoglicol, glicerina, flavorizantes e nicotina. De forma simplificada eles funcionam como vaporizadores portáteis, movidos à bateria, que produzem um aerossol pelo aquecimento da solução líquida, viscosa, contendo aditivos flavorizantes e nicotina, chamada e-liquid (trad. e-líquido, como será referido no texto, ou mesmo "suco" do inglês juice).86,91,92,97 Diferentes gerações de cigarros eletrônicos possuem caracteristicas cruciais, tais como estilos, possibilidades de modificações, tensão do elemento de aquecimento, possibilidade de reabastecimento, tipos e níveis de concentração de nicotina.61,86,91,92,97 As composições dos e-líquidos também variam, sendo as mais comuns as que contêm uma base com diferentes proporções de propilenoglicol (PG) e glicerina vegetal (GV), compondo 95% do líquido, e podendo conter aromas, nicotina e outros aditivos.24,98 Os e-cig são recomendados por autoridades de países como os participantes do Reino Unido como auxiliar na cessação do tabagismo.49,86 Nestes países, os cigarros eletrônicos são pontualmente considerados uma ferramenta de redução de danos, desde que usados exclusivamente por fumantes adultos, sob acompanhamento médico e com o objetivo de parar de fumar. No entanto, a exposição a algumas substâncias tóxicas pode ser menor em relação ao cigarro convencional (combustível), mas não inexistente. Estudos iniciais para avaliar seu uso terapêutico limitavam-se aos níveis de administração segura da nicotina, à ausência do alcatrão e eram focados em fumantes simples, com anamnese dos sintomas nos pacientes.23,26,99 Impulsionada pela internet, a propaganda de e-cig tornou-o rapidamente mais atratente e criou um nicho crescente de consumidores jovens e, na sua maioria, que nunca utilizaram cigarros convencionais. Importante frisar que não existem evidências suficientes comprovando sua utilização como auxiliar no tratamento do tabagismo, de fato alguns autores indicam que esses produtos apenas alteram o tipo de produto responsável que entrega a nicotina. No entanto, o uso de e-cig tem crescido entre pessoas mais jovens e levou vários governos a aplicar medidas visando controlar o acesso a cigarros eletrônicos.23,26 Esse cenário impõe a necessidade de estudos independentes que apontem os reais danos desses produtos a saúde, assim como sua caracterização química.76,99,100 Modelos O motivo pelo qual os cigarros eletrônicos se tornaram tão populares ao redor do mundo e tão rapidamente está ligado, em parte, ao seu aspecto moderno e personalizável. Diferentes modelos de cigarro eletrônico podem variar sua voltagem de operação (de 3 a 8 V), resistência do aquecedor (1 a 7 Ω), quantidade de e-líquido que armazena, características estéticas e novas formas de nicotina.18,68,84 Atualmente, os modelos de cigarros eletrônicos mais comercializados podem ser divididos em três categorias principais: Descartáveis, modelos que são preenchidos com líquidos, possuem funcionamento e composição idêntica de modelos não descartáveis (Figura 2a); os Pods (ou cartuchos), que são modelos não modificáveis que utilizam pequenos cartuchos (Pods), que devem ser substituídos quando completamente consumidos (Figura 2b); as pen (tradução: canetas, devido à sua aparência alongada, semelhante a uma caneta), que são modelos não modificáveis e possuem tanques recarregáveis, permitindo ao usuário adicionar diferentes e-líquidos, incluindo aqueles produzidos de forma caseira ou artesanal (Figura 2c); os BOX (tradução: caixa, denominados assim por sua estrutura mais robusta), que possuem tanques recarregáveis e a característica de poderem ser facilmente modificados, tanto no aspecto visual quanto na voltagem de funcionamento, sendo considerados mais modernos e de maior qualidade, principalmente pela possibilidade de personalizações (Figura 2d).
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Atualmente todos os modelos podem ser modificados para adquirir uma aparência mais atrativa, alterar o volume do tanque e o a capacidade de produzir mais fumaça. A importância da voltagem de operação do cigarro eletrônico está diretamente relacionada ao volume de fumaça desejado pelo usuário e à formação de substâncias nocivas.102 Composição química dos e-líquidos e seus aerossóis Quanto aos e-líquidos, sua composição química básica varia na fração correspondente a 5% de sua massa. Teoricamente os e-líquidos são compostos de 95% de uma mistura de PG e GV; essa mistura pode ter proporções diferentes principalmente quando produzida de forma artesanal. Desta forma a proporção maior de PG (em torno de 80%) é empregado para gerar uma sensação na garganta bastante similar com a gerada ao se usar cigarro tradicional. Uma proporção maior de GV (em torno de 80%) proporciona uma fumaça mais densa e mais atrativa para usuários.23,33,97,102 Os 5% restantes da massa dos e-líquidos são compostas de nicotina e aditivos saborizantes (essências). O e-líquido pode conter de 4 a 36 mg mL-1 de nicotina. Tais quantidades são determinadas pelas empresas que os produzem ou pelo usuário. Há inclusive, sites ensinando o preparo, que orientam como misturar líquidos com diferentes teores de nicotina. De acordo com esses sites, teores de nicotina superiores a 32 mg mL-1 devem ser diluídos com PG/GV. Além da nicotina, o uso de aditivos flavorizantes de composições variadas é utilizado para aumentar o apelo e atratividade do e-cig. Alguns desses aditivos saborizantes possuem potencial de dano pulmonar considerável em concentrações baixas e contribuem para a deposição de outras substâncias como a nicotina e a acroleína, produtos secundários decorrentes da reação de aquecimento do PG e GV.102,103 A nicotina é um alcaloide, composto de anéis de piridina e pirrolidina, presente em várias plantas e em grande quantidade na folha da planta do tabaco. Dentre seus estereoisômeros o de maior interesse é a S-nicotina, que possui atividade farmacológica mais elevada (maior efeito no organismo) e é encontrada em maior quantidade no tabaco, cerca de 90% do total32,34 e é o estereoisômero utilizado em cigarros eletrônicos. A nicotina apresenta-se em três formas: base livre (NB), monoprotonada e diprotonada; e a presença dessas três formas é dependente do pH.104 A forma base livre é volátil, enquanto as formas protonadas não possuem a mesma volatilidade. Nos líquidos empregados em DEF, como nos cigarros eletrônicos de primeira geração, a composição básica era de NB pura dissolvida em uma mistura de propilenoglicol e/ou glicerol. Os aerossóis gerados a partir de líquidos com NB tendem a ser mais irritantes, o que restringe as concentrações de nicotina que podem ser utilizadas.104,105 A forma básica é a mais comum em usuários de modelos BOX e PEN, que utilizam e-líquidos com concentrações mais baixas de nicotina, e consiste na nicotina em meio relativamente básico.97,106,107 Nessa forma ela possui sabor mais marcante, propriedades de maior irritabilidade da garganta mais elevadas e é absorvida pelo organismo já na boca.108-111 Uma das estratégias para amenizar essa irritação envolve a incorporação de um ácido à mistura de propilenoglicol e/ou glicerol. Um exemplo disso é o ácido benzoico, que faz parte da linha de dispositivos de 4ª geração de DEF, os quais utilizam cartuchos com carga de nicotina (POD). Essa forma de nicotina é conhecida como sal de nicotina (NicSalt). Esse recurso permite ao consumidor obter concentrações de nicotina muito superiores, em comparação com outros dispositivos da DEF que utilizam NB em suas composições. No entanto, isso não gera o mesmo nível de irritação na boca e na garganta que seria esperado para concentrações de nicotina dessa magnitude. Os NicSalt também apresentam um potencial aditivo maior em relação a outros dispositivos, provocando uma reação fisiológica semelhante àquela experimentada por fumantes de cigarros convencionais. Comparação da composição química dos e-cig × cigarro convencional Os cigarros eletrônicos e os cigarros convencionais apresentam composições químicas distintas, refletindo suas diferenças nos mecanismos de funcionamento e nos impactos à saúde. Enquanto os cigarros tradicionais operam por combustão do tabaco, liberando milhares de compostos químicos, os e-cigs funcionam por vaporização de um líquido contendo nicotina, solventes e aromatizantes.30,112,113 No entanto, ambos podem expor os usuários a substâncias tóxicas. Os cigarros convencionais contêm tabaco processado, que inclui folhas de tabaco, aditivos e agentes umectantes.43,114 Durante a combustão, mais de 6.000 compostos químicos são gerados, incluindo nicotina, responsável pela dependência.14,112 Dentre esses compostos estão o CO, que reduz a capacidade do sangue de transportar oxigênio, e alcatrão, uma mistura de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HPA) com potencial carcinogênico. Além disso, a fumaça do cigarro contém compostos orgânicos voláteis (COV), como formaldeído, acroleína e benzeno, que são tóxicos e associados ao desenvolvimento de doenças pulmonares e cardiovasculares. Outra preocupação relevante é a presença de elementos potencialmente tóxicos, como Pb, Cd e As, que podem ter efeitos neurotóxicos e carcinogênicos.14,112 Por outro lado, os líquidos dos cigarros eletrônicos são compostos principalmente por propilenoglicol e glicerina vegetal, que atuam como veículos para a vaporização. Quando aquecidos a altas temperaturas, esses compostos podem se decompor e formar substâncias tóxicas, como formaldeído e acroleína. Além de PG, GV e nicotina, etanol, acetol e óxido de propileno também foram encontrados nos líquidos.70 Nos aerossóis gerados com vaporizadores foram encontrados mais de 30 compostos, incluindo nicotina, nicotirina, formaldeído, acetaldeído, glicidol, acroleína, acetol e diacetil.70 Estudos também indicam que o aquecimento dos elementos metálicos do atomizador pode liberar partículas de Ni, Sn e Cr, que são inaladas pelos usuários.53,56 O cigarro comum contém mais de 3.500 substâncias nocivas conhecidas, dentre elas há 50 substâncias conhecidas por serem cancerígenas.14,23,115 Dentre estas milhares de substâncias contidas no tabaco, a de maior interesse é a nicotina, mais especificamente, a S-nicotina ou L-nicotina.14,116 Alguns estudos102,117-120 mostram que a composição está muito além dos quatro componentes descritos pelos fabricantes, podendo conter mais de centenas de substâncias distintas somente no e-líquido e mais de 2.000 substâncias distintas encontradas no aerossol, resultado da modificação da composição com o aquecimento do e-líquido. Com o decorrer dos anos e com o aumento do uso de e-cig, tanto como terapia antitabagismo não comprovada quanto para uso recreativo, muitas pesquisas foram realizadas para determinar sua segurança e efetividade. Piercee colaboradores26concluíram que a taxa de abandono do cigarro, em pacientes que utilizaram e-cig como auxiliar, foi a mesma observada em paciente que utilizaram os métodos convencionais (adesivo ou goma de mascar com nicotina) ou não usaram método algum. Alem disso, constatou que os pacientes continuaram utilizando os e-cig por pelo menos um ano após o abandono do cigarro, indicando que o vício na nicotina se manteve e, por isso, não pode ser efetivamente considerado como uma terapia para o tratamento do tabagismo.26 Impacto ambiental dos componentes químicos dos e-cigs O lixo gerado pelos filtros usados de cigarro (bitucas) é uma das maiores formas de poluição plástica no mundo, com trilhões delas sendo descartadas anualmente.121,122 Esses filtros de cigarro usados liberam substâncias e elementos tóxicos no solo e na água antes de se degradarem em microplásticos. Isso representa uma séria ameaça à saúde humana e à vida selvagem, destacando o impacto ambiental significativo da indústria do tabaco ao longo das décadas.123-126 No entanto, a introdução do cigarro eletrônico pode ser ainda pior, do ponto de vista ambiental. Os DEF possuem em sua estrutura baterias, substâncias químicas, embalagens metálicas e peças de metal, circuitos, cartuchos plásticos, sendo alguns destes dispositivos de uso único. Alguns aparelhos contêm chumbo, mercúrio, lítio, entre outras substâncias perigosas para o ambiente (como riscos de explosão e incêndio). Devido a seu pouco tempo de comercialização, os impactos ambientais do ciclo de vida do cigarro eletrônico ainda são limitados. No entanto, devido à rápida expansão do uso, faz-se necessária uma avaliação rigorosa do processo de descarte. O resíduo plástico será um grande problema uma vez que os e-cigs são fabricados para serem convenientes e de uso único, além de não serem biodegradáveis e, em sua maioria, pouco recicláveis.56,127,128 À medida que os componentes plásticos dos cigarros eletrônicos se decompõem lentamente, eles podem liberar microplásticos nos rios. Esses microplásticos podem ser ingeridos por organismos aquáticos, acumulando-se na cadeia alimentar e causando problemas de saúde nos animais e, eventualmente, em humanos. Além disso, os recipientes de e-líquido não podem ser reciclados com outros resíduos plásticos porque contêm nicotina, uma substância tóxica, como contaminante.129 Portanto, cartuchos descartáveis e resíduos de e-líquido contaminados com nicotina deveriam ser descartados em locais especiais para serem recolhidos por empresas especializadas. A nicotina é tóxica para muitos organismos aquáticos e pode alterar os ecossistemas fluviais.130-133 Os e-cigs são descartados em lixos comuns e não em lixeiras ou locais especiais de resíduos eletrônicos eletrônicos assim como celulares e outros equipamentos eletrônicos. Os resíduos de e-cig apresentam dois componentes importantes que são o circuito e bateria de íons de lítio. À medida que as baterias se degradam, seus componentes tóxicos são lixiviados para o meio ambiente. Além disso, as baterias colocadas em latas de lixo representam um risco de explosão e incêndio em caminhões de lixo e instalações de tratamento de resíduos se não forem descartadas corretamente. No Reino Unido, onde o uso de e-cig é permitido, houve um aumento de 18 vezes no consumo entre janeiro de 2021 e abril de 2022.134 Isso levou a novos problemas de resíduos, com cerca de 1,3 milhão de dispositivos jogados fora no Reino Unido toda semana. Como resultado, cerca de 10.000 quilos de lítio de baterias de e-cigs são descartadas em aterros sanitários no país todo ano, ameaçando cursos d'água próximos com elementos químicos como níquel, cobalto, além de solventes orgânicos. Devido ao elevado descarte de vapes, o Reino Unido proibiu a comercialização desses produtos descartáveis a partir de 1º de junho de 2025, visando combater o desperdício e o impacto no meio ambiente, além de diminuir o consumo dos dispositivos entre jovens. O Instituto de Treinamento e Pesquisa das Nações Unidas (UNITAR) estimou que 844 milhões de e-cigs foram descartados em 2022. Ao longo de um ano, o lítio usado nesses dispositivos seria suficiente para produzir aproximadamente 1.200 baterias de carros elétricos. Embora sejam comercializados como descartáveis, uma pesquisa revelou que as baterias de íons de lítio presentes nesses dispositivos podem ser recarregadas mais de 450 vezes. O estudo evidenciou o desperdício significativo de recursos limitados causado pelo uso de e-cigs descartáveis.135 Quando os cigarros eletrônicos são descartados de forma inadequada liberam produtos químicos tóxicos no ambiente. Esses produtos podem se bioacumular em animais e humanos, resultando em problemas de saúde.66 Pesquisas indicam que os aerossóis de vaporização são potencialmente danosos, especialmente para pessoas próximas em áreas com ventilação limitada e pessoas com condições de saúde comprometidas. Como a magnitude dos riscos à saúde e à segurança que a vaporização pode apresentar para não usuários permanece obscura, é prudente impedir o seu uso em locais fechados onde o fumo é atualmente restrito.65,78,84 A Associação Americana de Higiene Industrial (do inglês, American Industrial Hygiene Association, AIHA) recomenda que os cigarros eletrônicos sejam considerados uma fonte de aerossóis, compostos orgânicos voláteis (COV) e partículas no ambiente interno que não foram completamente caracterizados ou avaliados quanto ao risco à saúde ou segurança. A indústria de cigarros eletrônicos tem uma pegada de carbono significativa devido à fabricação, embalagem e transporte impulsionando as emissões de gases de efeito estufa, contribuindo para processos que levam às mudanças climáticas.35 Impacto socioeconômico Apesar de os cigarros eletrônicos serem divulgados como alternativa para auxiliar no processo de cessação do tabagismo, um estudo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia observou que entre usuários previamente não fumantes, o uso de DEF propiciou a iniciação do tabagismo tradicional. Usuários de e-cig, principalmente na presença de nicotina, são 3,5 vezes mais propensos a experimentar cigarros tradicionais, são 4 vezes mais prováveis de tornarem-se tabagistas habituais.136,137 A AIHA fez um levantamento dos estudos realizados até o momento e concluiu que não há evidências de que os cigarros eletrônicos sejam seguros em termos absolutos, embora possam fornecer uma alternativa "mais segura" aos usuários de tabaco. O tabagismo é considerado o único fator de risco totalmente evitável e está associado a doenças de alto custo e morte. Seu consumo está atrelado a gastos do Sistema Único de Saúde (SUS) referentes a internações e tratamentos oncológicos e doenças pulmonares, bem como patologias inespecíficas. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o SUS investe em torno 21 bilhões de reais por ano em doenças relacionadas ao tabaco. Em contrapartida, conforme a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), o gasto chega a 125 bilhões de reais, que representa apenas 10% do valor arrecadado com os impostos de comercialização do produto. Dentre os principais trabalhos publicados, há a descrição138,139 de problemas como a exacerbação de asma, infarto no miocárdio e síndrome metabólica, em extensão semelhante ao dos cigarros convencionais, além de doenças como o doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), doenças orais, e E-cig or Vaping product use-Associated Lung Injury (EVALI), para as quais não há uma estimativa para o gasto, mas sabe-se que ele existe.138,139 Impactos na saúde Impactos da nicotina na saúde Pela definição do INCA,11 a nicotina contida no cigarro "é a droga que causa dependência" e "é psicoativa [...] o que induz ao abuso e à dependência". De forma geral a nicotina age no sistema de recompensa do cérebro, causando a sensação de prazer e induzindo à necessidade de sentir essa sensação com mais frequência. Ela se liga aos receptores das células nervosas, abrindo os canais de dopamina e levando a informação de saciedade e conforto ao cérebro. No processo, novos receptores e canais são criados, tornando a dose necessária para a liberação de dopamina cada vez maior, diminuindo, consequentemente, a sensibilidade das células ao composto (aumento da tolerância).14,140,141 Acreditava-se que a nicotina não causaria danos adicionais à saúde. A nicotina, que é comum ao e-cig e ao cigarro convencional, reage com outras substâncias orgânicas, a altas temperaturas e pode também ser metabolizada no corpo formando um conjunto de substâncias cancerígenas chamadas nitrosaminas. As nitrosaminas são compostos químicos que podem se formar a partir de reações entre nitritos e aminas, geralmente em condições ácidas, como os presentes no estômago humano ou durante certos processos industriais e de conservação de alimentos. Esses compostos são encontrados em diversos alimentos, bebidas, medicamentos e cosméticos. As nitrosaminas podem ser metabolizadas no organismo pela ingestão de nicotina, gerando diversos percursores, entre eles: 4-(metilnitrosamina)-1-(3-piridil)-1-butanona (NNK2), N'-nitrosonornicotina (NNN), N'-nitrosoanabasina (NAB) e N'-nitrosoanabatina (NAT).102,103,117 Todas as nitrosaminas citadas são derivadas de estereoisômeros da nicotina e são encontradas tanto em cigarros convencionais quanto em e-cig.23,41,61,142,143 O mecanismo carcinogênico das nitrosaminas ainda não está completamente esclarecido; contudo, sabe-se que as nitrosaminas são metabolizadas novamente pelo organismo, gerando espécies reativas de nitrogênio. Estas espécies causam o chamado estresse oxidativo em células e podem reagir com o DNA (ácido desoxirribonucleico), sendo, assim, causadoras de genotoxicidade.14,41,144,145 Dentre estas, a NNK2 e a NNN possuem os maiores potenciais cancerígenos, sendo responsáveis também pela má formação em órgãos de fetos.146 A NNN é encontrada em grande quantidade na queima do tabaco, sendo considerada mais nociva para fumantes passivos (exposição secundária). Essa é uma informação relevante, pois o sistema de aquecimento encontra-se submerso no e-líquido, o que mantém o NNN no líquido e o torna disponível para ser carregado pelo aerossol.14 Assim, as nitrosaminas, em conjunto com o caráter angiogênico da nicotina, representam grande risco à saúde pois, juntos, facilitam a vascularização de tumores, a disseminação de células neoplásicas e o seu crescimento desordenado.13,14,147 Além disso, a nicotina também é responsável por tornar as células cancerosas mais resistentes à quimioterapia.13,36,37,42,148 A nicotina impede também a apoptose, através do compromentimento da ação do gene p53 e, consequentemente, cria um ambiente celular mais propício ao desenvolvimento de cânceres.149,150 Regiões do corpo que entram em contato direto com a fumaça, como garganta, língua, laringe e esôfago são as mais expostas ao surgimento de câncer. A nicotina ultrapassa a barreira placentária, e demonstrou-se que nascituros, cujas mães fumaram durante a gravidez, apresentavam menor tamanho e peso ao nascimento, fato que é conhecido como retardo de crescimento fetal. Estudos apontam que a exposição pré-natal à nicotina isolada afeta o desenvolvimento cerebral do feto, além disso, estudos recentes indicam que mães expostas à nicotina em sua forma isolada, pelo uso de adesivos dérmicos possuem níveis significativos de nicotina em seu leite e que os bebês expostos à esta substância sofrem danos no funcionamento cardíaco.151,152 A nicotina pode induzir à formação de placas ateromatosas (aterosclerose), causar disfunção plaquetária, originar danos endoteliais e atuar na liberação de ácidos graxos livres, o que otimiza a conversão de VLDL em LDL (o popularmente chamado "colesterol ruim") e altera a frequência cardíaca. A nicotina pode agravar doenças arteriais pré-existentes, induzir espasmo coronariano, aumentar a pressão arterial, além de outros fatores relacionados com o infarto agudo no miocárdio.153 A exposição à nicotina também está relacionada a efeitos neurotóxicos, participa no desenvolvimento do enfisema pulmonar, broncoconstrição, aumento das secreções brônquicas, pode ser responsável pela formação de úlceras pépticas, além de ser um poderoso agente aditivo.153 EVALI EVALI (E-cig or Vaping product use-Associated Lung Injury, ou em português Síndrome Respiratória Aguda Causada pelo Uso de Cigarros Eletrônicos) é uma reação pulmonar inflamatória associada a uma substância presente nos DEF, ou seja, não ocorre no uso de cigarros convencionais. A inalação deste desativa as principais células imunológicas pulmonares, aumentando inflamações no organismo.136,154,155 O desenvolvimento da doença poderia estar associado ao acetato de vitamina E, presente em produtos de e-cigarros com tetra-hidrocanabinol (THC). No entanto, outras substâncias podem estar envolvidas.1,136,154,155 Um estudo da Yale Medicine aponta que entre 51 pacientes com EVALI, 48 tiveram acetato de vitamina E detectado em fluido pulmonar. Entre as pessoas hospitalizadas, 80% dizem ter feito uso de produtos com THC, mas 20% apenas com nicotina.156 O Center for Disease Control and Prevention (CDC) dos EUA computou mais de 2.800 hospitalizações e 68 mortes pela doença até fevereiro de 2020. De acordo com dados do CDC, 15% dos pacientes são menores de 18 anos.156 Entre casos reportados, 96% precisaram de hospitalização. Até agosto de 2020 a Anvisa notificou no Brasil 9 casos de EVALI. A histopatologia da doença comumente apresenta dano alveolar difuso, inflamação inespecífica, pneumonite granulomatosa e infiltrado de macrófagos. Em amostras de lavado broncoalveolar podem ser observados macrófagos, e quantidades raras de neutrófilos, linfócitos e eosinófilos.157 A fisiopatologia da EVALI está associada à perda de função dos macrófagos alveolares, que acarreta diminuição da depuração celular e causa desequilíbrio da cascata inflamatória, do mecanismo de reparo celular e da depuração mucociliar das vias aéreas.157 Entre as consequências da EVALI estão a fibrose pulmonar, pneumonia e insuficiência respiratória, podendo em casos mais graves progredir para Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo. Efeitos patológicos Existe, no cenário atual, uma importante preocupação quanto à nocividade do uso de e-cig em diversas áreas de estudos. Dentre elas, a área da química ambiental, principalmente no que concerne à formação de material particulado no meio ambiente e os efeitos nocivos deste material particulado nos diferentes organismos e ecossistemas.41,70 No âmbito das problemáticas ligadas à saúde humana, são reconhecidos efeitos sobre a saúde oral, pela deposição de nicotina e substâncias nocivas decorrentes do aquecimento da cavidade oral.27,158 Sobre a saúde pulmonar observa-se a ocorrência de processos inflamatórios constantes decorrentes do uso de e-cig, antagonismo no combate a infecções por bactérias como a da tuberculose ou piora no estado de saúde por infectados pelo novo SARS-CoV-2 (COVID-19), modificações do conjunto proteico do pulmão dificultando tanto o diagnóstico quanto a detecção de doenças graves, tais como câncer e colapso total ou parcial do pulmão, chamado de pneumotórax, que é o desprendimento do tecido que recobre o pulmão de sua camada mais externa.23,41,51,102,159 Sobre a saúde cardiovascular observa-se o estresse oxidativo nas paredes dos vasos, o que leva a problemas cardiovasculares, pulmonares e cerebrovasculares.160 Os estudos atualmente publicados49,145 sobre citotoxicidade dos líquidos contidos nos cigarros eletrônicos são muito heterogêneos e de difícil comparação pela diferença de metodologia, por exemplo: embebendo as células no e-líquido expondo as células a fumaça condensada ou a vapores. As maneiras diferentes de exposição podem levar a resultados diferentes. Vale ainda ressaltar que muitos dos efeitos citotóxicos observados pelos estudos não são relacionados à nicotina, mas sim aos umectantes (como PG e GV) e aos compostos aromatizantes presentes nesses e-líquidos.27,145 Assim, existe uma necessidade concreta de uma caracterização físico-química e toxicológica dos líquidos em questão. Quando há exposição aos aerossóis presentes nos cigarros eletrônicos, algumas substâncias podem atravessar a parede alveolar durante o processo de difusão, alcançar a corrente sanguínea, e serem transportadas até outros sistemas, em especial o coração.161 O impacto causado por estas substâncias é relativo às seguintes variáveis: fatores genéticos e ambientais do indivíduo; tempo de uso; quantidade consumida; presença ou não de nicotina ou aditivos saborizantes; e marca do produto (composição variada). Sobre o assunto, tem-se conhecimento a respeito dos impactos em exposição de longo prazo, ainda limitado a estudos em animais, e estudos sobre exposição de curto prazo, realizados com animais e humanos. Impacto pulmonar Estudos sobre o impacto pulmonar causado pelas substâncias dos cigarros eletrônicos concluem de forma congruente que ocorrem alterações importantes na saúde dos usuários, podendo ser micro e macroscópicas, as quais alteram a capacidade respiratória do indivíduo. As principais são o aumento de reatividade das vias aéreas, a inflamação, o aumento da resistência ao fluxo aéreo, a diminuição da capacidade vital, o aumento das micropartículas endoteliais e alterações na ativação da sinalização P53-dependente.149 O aumento da reatividade de vias aéreas diz respeito à hiper-reatividade brônquica (HRB), que ocorre quando estímulos mínimos causam um efeito constritor das vias aéreas e pode ser classificada como específica ou inespecífica quanto ao tipo de estímulo. Este quadro se manifesta por meio de sintomatologia respiratória, expressa em sibilos, dispneia (paroxística noturna), angina e tosse produtiva crônica (em especial noturna), sendo característico da DPOC e da asma. Apesar desse aumento de reatividade de vias aéreas poder estar presente em indivíduos saudáveis e surgir por causas naturais, a prevalência é maior entre indivíduos fumantes.12 O aumento da inflamação, por sua vez, está associado à exacerbação de asma e DPOC - mais detalhado na sub-seção "Impacto pulmonar". O aumento da resistência ao fluxo aéreo pode ocorrer nos bronquíolos menores em condições patológicas devido à presença de edema, acúmulo de muco ou aumento de sua contração muscular (subsequentes à inflamação). Algumas substâncias podem irritar o trato respiratório, causando um reflexo constritor parassimpático e reações inflamatórias no sistema. A diminuição da luz das vias aéreas acarreta um aumento da resistência do fluxo aéreo, dificultando a passagem do ar.161 Como resultado de tais alterações, observa-se a diminuição da capacidade vital, que diz respeito ao volume máximo de ar que uma pessoa pode expelir dos pulmões na expiração, ou seja, é a soma dos valores da inspiração e expiração normais e forçadas. A diminuição indica que o pulmão não está conseguindo exercer sua plena atividade, e há um déficit nos processos de inspiração ou expiração.161 Além disso, tem-se ainda o aumento significativo de micropartículas endoteliais (EMPs), devido à inalação de substâncias do aerossol de e-cigarros, e a alteração na ativação da sinalização p53-dependente, sendo o p53 o principal gene supressor tumoral. A proteína ou gene p53 é também chamada de guardião do genoma, devido a sua ampla e essencial função no ciclo celular, atuando em diversas etapas e prevenindo, de múltiplas formas, que alterações e defeitos do DNA possam se replicar e gerar um crescimento desordenado, processo tumoral ou cancerígeno. Quando um indivíduo é exposto a substâncias presentes no aerossol de e-cigarros, o gene supressor p53 que deveria ser ativado em casos de dano celular, promovendo uma sequência de ações responsáveis pelo reparo do DNA antes de sua duplicação, pode permanecer inativo, facilitando processos tumorais e oncogênicos.149 As alterações acima citadas estão associadas ao desenvolvimento de DPOC e doenças intersticiais pulmonares (ILD).12 Com a persistência da exposição, os impactos se manifestam na clínica do paciente, que se torna mais sintomático e cuja função respiratória fica cada vez mais prejudicada. Devido às limitações de estudos práticos em humanos, os achados são majoritariamente provenientes de estudos em animais que simulam exposição de longo prazo, e as principais manifestações obtidas foram: o DPOC (enfisema e asma) e pneumonia intersticial, secundárias às alterações primárias e contínuas, como aumento de inflamação, resistência e estresse oxidativo das vias aéreas. A obstrução de vias aéreas não ocorre de forma padronizada e uniforme em todas as regiões do pulmão. Essa desigualdade do processo obstrutivo causa anormalidades da proporção ventilação-perfusão, que pode estar associada à aeração insuficiente do sangue. A obstrução crônica pode, em situações mais graves, evoluir para atelectasia, patologia na qual ocorre o colapso alveolar em áreas específicas ou em todo o pulmão.12,161 O aumento da resistência de vias aéreas é causado pela obstrução crônica devido à irritação e consequente edema e acúmulo de muco. Com o aumento da resistência, a respiração passa a ser um processo mais trabalhoso para o organismo.161 O enfisema é uma patologia do tipo DPOC caracterizada pelo aumento de ar nos pulmões devido a um complexo processo obstrutivo e destrutivo do sistema respiratório, muito associado ao tabagismo. Ocorre por um quadro de inflamação persistente, especialmente associada a nicotina, que quando persistente, acarreta uma alteração crônica dos funcionamentos básicos do sistema respiratório (inibição de macrófagos e de outros mecanismos de proteção, ciliostase parcial, consequente acúmulo de muco e secreções, com piora progressiva). Subsequente a estas alterações, desenvolve-se um quadro de edema, que junto ao acúmulo de secreção, obstrui as vias aéreas, dificultando a expiração do ar, que se acumula no interior dos alvéolos e provoca hiperdistensão destes. A destruição das paredes alveolares pode alcançar 50 a 80%, deixando o pulmão com um padrão enfisematoso, que associado à perda de capilares pode culminar na hipertensão pulmonar. Este quadro pode, em casos mais graves, sobrecarregar o lado direito do coração e causar uma insuficiência cardíaca direita.12,161 Já a asma, mesmo que ainda uma forma de DPOC, é uma patologia caracterizada por contração espasmódica dos músculos lisos nos bronquíolos, normalmente associada à hipersensibilidade contrátil bronquiolar em resposta à inalação de substâncias estranhas. Durante uma crise asmática, a capacidade de expiração encontra-se reduzida, causando um quadro de "fome de ar" semelhante ao que ocorre num indivíduo enfisematoso. Além disso, com o decorrer dos anos e o acontecimento de crises asmáticas, a caixa torácica pode assumir permanentemente um formato de tórax em barril ou tonel, também típico de DPOC. A pneumonia intersticial por sua vez é o termo utilizado para patologias caracterizadas por qualquer condição inflamatória pulmonar em que os alvéolos se encontram preenchidos por líquido e hemácias. Conforme o enchimento de alvéolo ocupa áreas do pulmão, formam-se áreas consolidadas. Como consequência da pneumonia, altera-se o processo de trocas gasosas, por redução da área de superfície ou diminuição da proporção ventilação-perfusão, causando hipoxemia e hipercapnia (baixa de O2 e alta de CO2 no sangue respectivamente).161 Outras manifestações clínicas são consequências mais específicas da inalação de algumas substâncias do cigarro eletrônico. O diacetil, que pode lesar as pequenas vias pulmonares; o formaldeído, que pode ser pneumotóxico além de contribuir para o surgimento de cardiopatias; e a acroleína, que também é tóxica aos pulmões.162 Pneumotórax se trata da perfuração pulmonar pela qual o ar adentra a pleura. Essa situação pode ocorrer devido a um trauma, ou de forma espontânea (podendo ser devido ao aumento da porosidade pleural secundário à inflamação), mais comum em fumantes. Algumas pessoas possuem bolhas de ar na porção superior do pulmão, e o rompimento destas caracteriza também um pneumotórax. O hábito de fumar, seja cigarros tradicionais ou e-cigarros, aumenta a probabilidade de rompimento. O pneumotórax pode ser considerado primário quando não se tem doença pulmonar de base, e secundário para casos em que o paciente já possui alguma patologia respiratória (asma, enfisema, fibrose cística, anormalidades pleurais, entre outras). O principal sintoma é dor súbita de forte intensidade e dispneia.162 A pneumonia lipoide é uma doença também secundária ao uso de cigarros eletrônicos, desenvolvida pelo depósito de ácidos graxos dos e-líquidos nos pulmões. Consiste em inflamação crônica que atinge o parênquima pulmonar, como reação a um corpo estranho, onde o óleo presente no pulmão sofre ação dos macrófagos alveolares, atinge canais linfáticos e causa espessamento e possível destruição da parede alveolar. Posteriormente ocorre formação de tecido fibroso e as gotas de gordura criam uma massa tumoral (parafinoma). Os sintomas apresentados na pneumonia lipoide são tosse crônica, hemoptise, dispneia, perda de peso, febre e dor torácica.115,162,163 Ressalta-se que os danos variam conforme o indivíduo e a exposição. Indivíduos com maior responsividade das vias aéreas (DPOC, asma, bronquiectasia) tendem a um aumento do broncoespasmo e falta de controle sobre suas doenças quando feito uso de cigarros eletrônicos, devido à irritação causada nas vias pela presença de múltiplas substâncias químicas dos aerossóis. Dentro das particularidades estudadas, aponta-se que a exposição intrauterina a substâncias destes aparelhos pode afetar o desenvolvimento alveolar fetal.12 Impacto cardiovascular Assim como o cigarro tradicional, o impacto dos cigarros eletrônicos não se restringe ao pulmão, sendo também prejudicial ao sistema cardiovascular. Os principais danos iniciais são o aumento da frequência cardíaca, da pressão sanguínea, da resposta do sistema cardiovascular ao estímulo simpático, rigidez vascular, aterosclerose, velocidade de pulso aumentada, aumento no número de células progenitoras, diminuição das prostaglandinas e alterações subsequentes nos mecanismos de vasodilatação. Tais alterações ocorrem como uma cascata, iniciando com a regulação cardíaca. O sistema cardiovascular recebe normalmente estímulos do sistema nervoso autônomo simpático (SNA). Quando exposto a determinadas substâncias presentes no e-cig, como a nicotina, o coração responde de forma exacerbada ao estímulo simpático, aumentando a frequência cardíaca (FC) e a força de contratilidade, o que, por consequência, aumenta o volume bombeado. Além disso, o SNA simpático possui fibras nervosas vasoconstritoras espalhadas pelo corpo, que também sofrem o aumento da resposta ao estímulo, causando contração de vasos periféricos e elevando a resistência ao retorno venoso. O conjunto do aumento do volume bombeado pelo coração e o aumento da resistência periférica acarreta o aumento da pressão arterial.161 Sobre este aumento, foram encontradas alterações mais significativas na pressão diastólica, por sua vez mais associadas a maior risco de mortalidade, em especial para mulheres.12 Quanto ao aumento da rigidez aórtica, trata-se de fenômeno complexo que se caracteriza pela baixa complacência aórtica, decorrente do envelhecimento do organismo, doenças do sistema cardiovascular, em especial placas ateroscleróticas, ou ainda por doença renal crônica. Como consequência deste evento, ocorre um aumento da pressão aórtica, um aumento da pressão sistólica, e diminuição da diastólica.164 A velocidade de onda de pulso atua como um marcador padrão ouro de rigidez arterial e reflete o que acontece com a rigidez aórtica. Estudos comparando a exposição ao cigarro tradicional e DEF concluíram que o aumento da velocidade de pulso ocorreu com o mesmo tempo de exposição para ambos (30 min), porém o tempo do efeito foi mais prolongado nos usuários de e-cig.165 Como mecanismo de compensação, cresce o número de células progenitoras, células originadas de medula óssea para reparo de danos endoteliais utilizadas como biomarcadores de função endotelial e para avaliação de riscos cardiovasculares.12 Com a persistência destes danos, em especial à hipertensão arterial, a lesão do endotélio vascular aumenta a ocorrência de aterosclerose, processo de acúmulo de gordura nas paredes arteriais, causando seu entupimento e obstrução. Isso pode culminar em infartos, angina, AVC (acidente vascular cerebral), isquemia, dor, gangrena, impotência sexual masculina, perturbações visuais, entre outros sintomas e sinais. Quando se fala no hábito de fumar cigarros tradicionais, tem-se 9 vezes mais chance de desenvolvimento de aterosclerose.166 A exposição de curto prazo pode alterar ainda a produção de prostaglandinas, que atuam sobre diversos órgãos e sistemas do corpo, entre eles o sistema reprodutivo, circulatório, digestivo, respiratório e outros. A diminuição desta substância pode causar um déficit em processos como vasodilatação, motilidade e peristaltismo do sistema digestivo, filtração glomerular nos rins, transporte de sêmen, contração uterina e do canal deferente, broncodilatação, lipólise, termorregulação, febre, dor, anafilaxia, quimiotaxia, migração de células, e, com maior enfoque nos sistemas cardiopulmonar, afeta o processo inflamatório, broncodilatação e vasodilatação.167 Nos achados de experimentos animais simulando a exposição de longo prazo, destacaram-se alterações do epitélio vascular, angiogênese e fibrose cardiorrenal.12,13 As alterações do fluxo sanguíneo de forma persistente acarretam um remodelamento vascular, adequando os vasos à situação. No processo de remodelamento há alterações das paredes dos vasos, na tentativa de regular o fluxo sanguíneo, mas que por sua vez acaba por causar outros danos ao organismo. De maneira geral, o remodelamento cardíaco e vascular, apesar de um processo adaptativo natural para a diminuição de sintomas, é um processo indesejado. Entre suas consequências encontra-se o enrijecimento da parede, que pode acarretar hipertensão crônica.161 Ainda, ocorre o aumento da angiogênese, ou seja, surgimento de novos vasos conforme a demanda de sangue. Há um aumento do marcador CD31 (marcador de angiogênese) em tecidos cardíaco e renal, que sugere dano e recrutamento de leucócitos nestes tecidos.12,161 Somando os impactos de curto e longo prazo, tem-se maior propensão para o desenvolvimento de cardiopatias.12 Em nenhum estudo animal foram encontradas mudanças significativas na fração de ejeção, dimensão aórtica ou tamanho do ventrículo esquerdo.12 Embora os estudos sobre cigarros eletrônicos ainda apresentem limitações, as alterações observadas - e as possíveis semelhanças com os danos do tabaco tradicional - indicam a necessidade de futuras pesquisas para investigar potenciais impactos como alterações na função pulmonar, vício, problemas de sono, nefropatias e disfunções imunológicas.12 Dados epidemiológicos Adicionalmente, dados epidemiológicos sugerem que o risco para algumas doenças, como infarto no miocárdio, acidente vascular cerebral e síndrome metabólica, decorrentes do uso de cigarros eletrônicos é semelhante ao dos cigarros comuns, e para doenças bucais, asma e doença pulmonar obstrutiva crônica, o risco é menor quando comparado com cigarros, mas ainda assim significativo.28 Estudos recentes apresentam uma nova perspectiva, mostrando que os cigarros eletrônicos não são tão seguros quanto se pensava. Um levantamento prático do efeito da exposição de curta duração aos aerossóis mostrou que o usuário está sujeito a danos como aterosclerose, alteração da dilatação ou constrição dos vasos, diminuição do tempo de trânsito e aumento da velocidade de pulso, disfunção endotelial, rigidez arterial, aumento do estresse oxidativo, especialmente na aorta e no cérebro, aumento da atividade simpática cardíaca, aumento da atividade inflamatória, entre outros. Esses danos resultam do uso, variam de acordo com a presença ou ausência de nicotina, tempo e frequência de exposição, tensão, marca de aparelhos e se os e-líquidos são aromatizados ou não. O estudo também observou que o dano causado foi maior na exposição celular ao vapor do que no e-líquido puro, mostrando que substâncias tóxicas são liberadas durante o processo de aquecimento. Assim, uma análise mais aprofundada encontrou 1000 substâncias em cada e-líquido, em comparação com 2000 após o processo de vaporização.168 Algumas dessas substâncias geradas são bastante tóxicas, como a acroleína. A acroleína é um aldeído ativador de NADPH fagocítico, que aumenta a resposta inflamatória, causando morte celular. Além disso, a acroleína, mesmo em baixos níveis, pode causar ativação plaquetária, dano vascular e disfunção endotelial, além de ser carcinogênica, assim como o formaldeído.13,41,77,87,97,159,160,169-171 De outra perspectiva, um estudo sobre a eficácia dos cigarros eletrônicos na tentativa de acabar com o hábito de fumar cigarros tradicionais descobriu que outros métodos aprovados pela FDA (Food and Drug Administration dos EUA) tiveram, em média, a mesma taxa de sucesso quando comparados com os cigarros eletrônicos. No entanto, mais da metade dos ex-fumantes se tornaram usuários diários de cigarros eletrônicos, mesmo depois de um ano inteiro do abandono do tabaco, o que não pode ser considerado como uma cessação efetiva, mas apenas uma troca de forma de administração de nicotina.18,24,26,172 Em revisão publicada no Cochrane Database of Systematic Reviews, foram avaliados ensaios clínicos randomizados, de terapias de abandono do tabaco que utilizaram cigarros eletrônicos como ferramenta, realizadas em diferentes países e publicados em diferentes plataformas.19 Os autores do artigo de revisão concluíram que o cigarro eletrônico apresentou moderada diferença estatística, no auxílio do abandono do cigarro convencional, comparado com outros métodos que utilizam nicotina ou outras substâncias.19-22 Contudo, a diferença no resultado, comparado a estudos publicados em anos anteriores, pode estar relacionada a maior adesão recente aos aparelhos de cigarro eletrônico. Eles têm se tornado mais atrativos e a propaganda usada para promover esses produtos muda sua imagem e status para uma modalidade moderna e apreciável de fumar.11,18,139,155,173-178
CONCLUSÕES Com base na análise abrangente da literatura, esta seção consolida as conclusões que emergem do artigo sobre os impactos dos cigarros eletrônicos. Foram sintetizados os achados mais relevantes nas dimensões da saúde humana, ambiental e socioeconômica, delineando as implicações multifacetadas do uso e descarte desses dispositivos. No âmbito da saúde, a análise aprofundada revelou que, longe de serem inofensivos ou eficazes na cessação do tabagismo tradicional, o uso de e-cigarros está intrinsecamente ligado a riscos significativos. A dependência de nicotina, especialmente entre jovens, é uma preocupação central, perpetuando o vício e, frequentemente, atuando como porta de entrada para o tabagismo convencional. Adicionalmente, foram evidenciadas patologias graves, como doenças respiratórias (incluindo asma, DPOC e condições específicas como EVALI) e cardiovasculares (entre elas aterosclerose e hipertensão), muitas vezes com mecanismos fisiopatológicos complexos e distintos da fumaça do cigarro convencional, mas com desfechos igualmente preocupantes. A presença de substâncias como acroleína e formaldeído no aerossol reforça o potencial prejudicial desses dispositivos. Os impactos ambientais da cadeia de vida dos cigarros eletrônicos são igualmente alarmantes. O descarte inadequado de baterias de lítio e componentes plásticos, contribui massivamente para o lixo eletrônico, um problema global. A liberação de elementos prejudiciais no solo e na água, juntamente com a contaminação por nicotina e microplásticos, ameaça ecossistemas e a vida selvagem, demandando uma gestão de resíduos urgente e especializada. Do ponto de vista socioeconômico, o crescimento no consumo, particularmente entre a juventude, impõe uma sobrecarga considerável aos sistemas de saúde pública, com custos associados ao tratamento da dependência e das doenças relacionadas. A percepção de modernidade e atratividade desses produtos, impulsionada pela publicidade online, tem ampliado seu alcance, gerando impactos negativos na produtividade e bem-estar social. Em síntese, os resultados deste artigo reforçam a necessidade premente de campanhas de conscientização robustas e políticas regulatórias eficazes que esclareçam os reais danos dos cigarros eletrônicos, desmistificando sua suposta segurança e abordando suas consequências multifacetadas para a saúde pública e o planeta.
PERSPECTIVAS FUTURAS E LACUNAS DE PESQUISA O presente artigo, ao sintetizar os impactos dos cigarros eletrônicos na saúde, no meio ambiente e na esfera socioeconômica, delineia um campo de investigação contínua e multifacetado. A partir dos achados discutidos, diversas lacunas de conhecimento e direções futuras emergem como cruciais para um entendimento mais completo e para o desenvolvimento de políticas públicas eficazes. Em primeiro lugar, a condução de investigações de longa duração, por meio de estudos longitudinais, é essencial para desvendar as consequências crônicas do uso de DEF. Dada a relativa novidade desses produtos, ainda há uma compreensão limitada sobre os efeitos de sua exposição ao longo do tempo, especialmente em populações jovens e em indivíduos que fazem a transição do tabagismo convencional para o uso exclusivo de DEF. É fundamental investigar a progressão de doenças respiratórias, cardiovasculares e neurológicas ao longo de décadas de uso. Outra frente de pesquisa crucial envolve a realização de análises toxicológicas comparativas rigorosas dos e-líquidos e dispositivos de diferentes fabricantes, com particular atenção aos produtos disponíveis no mercado informal do Brasil. A falta de regulamentação e a variabilidade de composições nesses produtos tornam essencial a caracterização química detalhada do aerossol gerado, bem como a avaliação de sua citotoxicidade e genotoxicidade em diferentes modelos biológicos, para identificar substâncias prejudiciais específicas e seus limiares de risco. Por fim, estudos que explorem o impacto psicossocial e comportamental dos cigarros eletrônicos, incluindo fatores que levam à iniciação e à manutenção do uso em diferentes grupos demográficos, e a efetividade de intervenções de cessação adaptadas a esses dispositivos, são essenciais para complementar a compreensão dos impactos à saúde pública. A integração de abordagens de "Saúde Única" (humana, animal e ambiental) em futuras investigações sobre DEF também se mostra promissora para uma visão holística e integrada dos desafios apresentados. Nesse contexto, nosso grupo de pesquisa está engajado em diferentes frentes de investigação e extensão:
DECLARAÇÃO DE DISPONIBILIDADE DE DADOS Todos os dados que apoiam os resultados deste estudo estão incluídos neste artigo.
AGRADECIMENTOS Os autores gostariam de agradecer às agências de fomento Capes, CNPq e FAPERJ pelo financiamento da pesquisa.
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