Giovanna MachadoI
; Jorge M. DavidII
; Nelson H. MorgonIII
; Maria Suzana P. FranciscoIV
I. Editora de Química Nova. Centro de Tecnologia Estratégica do Nordeste, 50740-540 Recife - PE, Brasil
II. Editor de Química Nova. Instituto de Química, Universidade Federal da Bahia, 40170-280 Salvador - BA, Brasil
III. Editor de Química Nova. Instituto de Química, Universidade Estadual de Campinas, 13083-970 Campinas - SP, Brasil
IV. Gerente Editorial da PubliSBQ. Sociedade Brasileira de Química, 05508-000 São Paulo - SP, Brasil
O periódico Química Nova (QN) está iniciando uma nova fase em sua trajetória, com a implementação da disponibilidade de dados dos artigos originais e a reformulação de sua estrutura editorial alinhada às melhores práticas internacionais bem como às demandas do cenário científico contemporâneo. Essas mudanças visam um maior fortalecimento da qualidade, a transparência e a relevância dos conteúdos publicados, garantindo que nosso primeiro periódico continue sendo referência no campo da química.
A declaração de disponibilidade de dados (data availability statement) é uma exigência crescente em periódicos científicos, especialmente aqueles alinhados às práticas da Ciência Aberta, como a Química Nova, que integra a coleção SciELO (Scientific Electronic Library Online). Dentre os principais motivos para essa exigência pode-se destacar a “transparência e reprodutibilidade”, permitindo o acesso aos dados utilizados em uma pesquisa, essencial para que outros cientistas possam verificar os resultados, reproduzir análises e validar conclusões - práticas fundamentais para a integridade científica;1,2 “valorização dos dados como produtos científicos”, pois os mesmos são reconhecidos como legítimos da pesquisa científica. Quando depositados com DOI (digital object identifier) e sob licenças abertas, eles podem ser citados, reutilizados e atribuídos aos autores, ampliando o impacto e a visibilidade da pesquisa. O compartilhamento de dados facilita novas análises, comparações, meta estudos e evita a duplicação de esforços, contribuindo para um ecossistema de pesquisa mais eficiente;3 “atendimento a políticas editoriais e institucionais”, diversos periódicos, agências de fomento e infraestruturas de publicação, como o SciELO, exigem a inclusão da declaração de disponibilidade de dados como parte de suas políticas editoriais baseadas na Ciência Aberta. O SciELO, em particular, adota uma política progressiva de abertura e transparência, incentivando o uso de repositórios e, finalmente, o “compromisso com a Ciência Aberta”, a exigência está em conformidade com recomendações internacionais e nacionais que promovem a Ciência Aberta, como as da UNESCO, FAPESP e do próprio SciELO. Além disso, está alinhada à política editorial da QN, expressa claramente em sua diretriz: our editorial policy follows the research communication in the Open Science modus operandi.
Outra inovação em QN é a inclusão do nome do editor no manuscrito publicado. Essa prática representa um avanço em direção a uma maior transparência, permitindo que autores e leitores saibam exatamente quem coordenou o processo de revisão para aquele trabalho. Ela não apenas reconhece publicamente a contribuição essencial do editor na avaliação e aprimoramento do artigo, mas também fortalece a credibilidade do processo editorial, alinhando a revista aos padrões de transparência cada vez mais valorizados pela comunidade científica internacional.
Em relação à mudança na estrutura editorial, no centro dessa transformação está a figura do Editor-Chefe, que assumirá a responsabilidade pela integridade científica e pelo direcionamento estratégico da revista. Na execução e coordenação estarão os Editores Executivos, que orientarão revisores e autores, promovendo a melhoria contínua do conteúdo publicado. Alinhados com o Editor-Chefe, eles acompanharão as tendências científicas, estimulando a inovação de modo a manter a Química Nova atualizada e competitiva. Os Editores Associados serão responsáveis pela análise detalhada da relevância científica dos manuscritos, selecionando revisores especializados e supervisionando o processo de avaliação. Sua atuação será essencial para assegurar o rigor acadêmico e a pertinência dos conteúdos divulgados. Com essa nova estrutura editorial, a Química Nova reafirma seu compromisso com a qualidade científica, a transparência e a inovação.
Convidamos toda a comunidade química a acompanhar e participar desta nova etapa, que visa fortalecer ainda mais nossa missão de disseminar conhecimento de ponta e contribuir para o avanço da ciência brasileira e mundial. Por fim, gostaríamos de expressar nosso profundo agradecimento a todos os membros da equipe editorial que nos acompanharam nesses anos e que o empenho, dedicação e compromisso foram fundamentais para o crescimento e a excelência da Química Nova. Seu legado permanece vivo em cada página publicada. Ao mesmo tempo, damos as boas-vindas aos novos integrantes que se juntam a nós nessa nova etapa: Editora-Chefe: Cassiana C. Montagner (Unicamp); Editores Executivos: Clarice Dias Britto do Amaral (UFPR), Gustavo Fernandes Souza Andrade (UFJF), Júlio Santos Rebouças (UFPB), Rodrigo Octávio Mendonça Alves de Souza (UFRJ). Desejamos muito sucesso, inspiração e entusiasmo para que, juntos, possamos continuar elevando o padrão da revista e contribuindo para o avanço da ciência.
REFERÊNCIAS
1. National Academies of Sciences, Engineering, and Medicine; Reproducibility and Replicability in Science; The National Academies Press: Washington, DC, 2019. [Crossref]
2. Wilkinson, M. D.; Dumontier, M.; Aalbersberg, I. J.; Appleton, G.; Axton, M.; Baak, A.; Blomberg, N.; Boiten, J.-W.; Santos, L. B. S.; Bourne, P. E.; Bouwman, J.; Brookes, A. J.; Clark, T.; Crosas, M.; Dillo, I.; Dumon, O.; Edmunds, S.; Evelo, C. T.; Finkers, R.; Gonzalez-Beltran, A.; Gray, A. J. G.; Groth, P.; Goble, C.; Grethe, J. S.; Heringa, J.; Hoen, P. A. C’t; Hooft, R.; Kuhn, T.; Kok, R.; Kok, J.; Lusher, S. J.; Martone, M. E.; Mons, A.; Packer, A. L.; Persson, B.; Rocca-Serra, P.; Roos, M.; van Schaik, R.; Sansone, S.-A.; Schultes, E.; Sengstag, T.; Slater, T.; Strawn, G.; Swertz, M. A.; Thompson, M.; van der Lei, J.; van Mulligen, E.; Velterop, J.; Waagmeester, A.; Wittenburg, P.; Wolstencroft, K.; Zhao, J.; Mons, B.; Sci. Data 2016, 3, 160018. [Crossref]
3. Organisation for Economic Co-Operation and Development (OECD); OECD Science, Technology and Industry Scoreboard 2017: The Digital Transformation; OECD Publishing: Paris, 2017. [Crossref]